quarta-feira, outubro 07, 2009

Muros: Educação na África do Sul

"Milhares de crianças marcharam esta semana até à prefeitura em ajuizados sapatos negros, uma corrente de rapazes e raparigas do distrito, uma corrente que se estendia por vários quarteirões ao longo desta cidade marítima, passando numa nuvem de saias de pregas, blusões e gravatas. A sua educada exigência: Dêem-nos bibliotecas e bibliotecários.

(...) o fosso entre o sucesso de estudantes negros e brancos ainda persiste. Aqui no Cabo Ocidental, apenas 2 em cada 1000 estudantes do sexto ano em escolas de população predominantemente negra passou um teste de matemática em 2005, comparadas com as quase 2 em cada 3 crianças que passaram nas escolas anteriormente reservadas aos brancos e que estão agora integradas, mas geralmente se situam em bairros mais ricos. 

«Se tu dizes 3 vezes 3, eles respondem 6», diz Patrine Makhele, uma professora de matemática em Kwamfundo neste distrito marcadamente negro, ecoando as queixas de colegas que dizem que as crianças chegam ao ensino secundário sem saber a tabuada.

As escolas da África do Sul estão ainda a batalhar-se com o legado da era do Apartheid, quando o governo estabeleceu um sistema educativo à parte para os "Bantu", que procurava, deliberadamente, fazer dos negros trabalhadores subservientes. Hendrik Verwoerd, o primeiro ministro que foi o arquitecto do apartheid, disse que o "Bantu" não pode sujeito a uma educação que lhe mostre "as verdes pastagens da sociedade europeia nos quais não lhe foi permitido pastar."

New York Times

Sem comentários: