terça-feira, setembro 22, 2009

Muros - Favelas


"Ocupado pela Polícia Militar desde novembro do ano passado , o Morro Dona Marta, em Botafogo, é o primeiro a receber um muro para conter a expansão da favela rumo à mata. Funcionários de uma empresa contratada pelo governo estadual já construíram 55 dos 634 metros previstos para a primeira fase do projeto. No dia 7 de abril, a Empresa de Obras Públicas (Emop) vai licitar o projeto que prevê a construção de um paredão de 2.800 que irá contornar a Rocinha. Até maio, serão licitadas as obras para outras nove comunidades, todas na Zona Sul. No total, serão mais de 11 mil metros de concreto para conter o surgimento de novas construções."

O Globo

"A construção de 11 quilómetros de paredes de betão em pelo menos 10 favelas no Rio de Janeiro, para conter o avanço sobre as áreas verdes, está a gerar polémica entre cariocas e movimentos sociais que temem uma política de apartheid.

«Fazemos a leitura de uma política de segregação do ponto de vista dos Direitos Humanos que segue a lógica da limpeza social e de uma política higienista», diz à Lusa Sandra Carvalho, directora executiva da organização não-governamental Justiça Global.

Sandra Carvalho afirma que o assunto está a preocupar os movimentos sociais e destaca que o ambiente é uma «desculpa para essa política de segregação». A proposta, adianta, é "barrar" o crescimento das favelas.

«Não é um argumento válido para proteger a mata», declara. «Daqui a pouco vão cercar toda a cidade», acrescenta a militante, criticando a política de "extrema violência" do Governo do Rio de Janeiro sobre as comunidades pobres. 

A polícia do Rio de Janeiro, indica Sandra Carvalho, é responsável por 18 por cento dos homicídios. «As pessoas são exterminadas, é uma matança. A proposta é cercar e, quem sair ou sobrar, mata-se»."

SIC/ Lusa

"Um perito da ONU acusa a construção de um muro em favelas no Rio de Janeiro de estar iniciando uma "discriminação geográfica" no País. Nesta quarta-feira, 6, o governo viveu um verdadeiro constrangimento na ONU ao tentar defender seus programas sociais, enquanto o Brasil era acusado de ser um "país da impunidade". Os peritos da entidade criticaram a corrupção e a falta de acesso da população a Justiça. Mas o maior constrangimento foi gerado pela falta de respostas claras do governo em relação aos problemas sociais enfrentados no País, o que deixou as Nações Unidas irritadas."

Estadão

"O governo viveu um constrangimento nessa quarta-feira (6) na Organização das Nações Unidas (ONU) ao tentar defender seus programas sociais, enquanto o Brasil era acusado de ser um “país da impunidade”. Os peritos da entidade criticaram a corrupção, a falta de acesso da população à Justiça e ainda denunciaram a construção de muros separando as favelas no Rio dos demais bairros.

«Estão fazendo muros entre favelas e bairros ricos. O que está sendo feito contra esses projetos?», questionou o perito da ONU Alvaro Tirado Mejiam, perante a delegação brasileira, durante sabatina para avaliar os programas sociais no País. Para Mejiam, com a construção de um muro em favelas no Rio, o Brasil está iniciando uma “discriminação geográfica”.""

Jornal do Comércio

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