quarta-feira, março 02, 2011

A memória e a vida

Quando se fala da eternidade de um artista não se pensa, é claro, na eternidade da sua vida, aqui ou no além, mas na imortalidade da sua obra. Porque dura para além do seu corpo e fica ainda nos livros e catálogos e na memória dos que a viram e irão ver. Quer isto dizer que nós vivemos também na memória dos outros?

Há 9 anos morreu uma mulher e (quase) ninguém deu por nada, até ser encontrada no seu próprio apartamento. A solidão também é uma morte em si mesma? E se não somos o que os outros vêem em nós, mas o que nós vemos em nós próprios, deixaremos de existir quando doenças como o Alzheimer corrompem irreversivelmente a nossa memória?

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