sexta-feira, maio 12, 2006

Resposta do Papa João Paulo II


O jovem do Evangelho pergunta: "Senhor o que devo fazer para alcançar a vida eterna?" (Mt. 19, 16).

E agora vós fazeis esta pergunta: É possível ser feliz no mundo de hoje?
Em verdade fazeis a mesma pergunta do jovem! Cristo responde -a ele e também a vós, a cada um de vós-: Sim, é possível. Isto é, com efeito, o que responde, embora suas palavras sejam aquelas: "Se quiseres entrar na vida eterna, observa os mandamentos" (Mt. 19, 17) E responderá também mais adiante: "Se quiseres ser perfeito, vende tudo o que tens, daí aos pobres, vem e segue-me" (cf. Mt. 19, 21)

Estas palavras significam que o homem não pode ser feliz mais do que na medida em que é capaz de aceitar as exigências de sua própria humanidade, sua dignidade de homem, as exigências que Deus lhe pede.

As exigências de ordem moral

Assim, Cristo não responde somente à pergunta se é possível ser feliz, mas diz também como é possível ser feliz, em que condições. Esta resposta é totalmente original e não pode ser superada; nem pode perde sua vigência. Deveis refletir muito sobre ela e adaptá-la a vós mesmos. A resposta de Cristo compreende duas partes. Na primeira, trata-se de observar os mandamentos. E aqui, eu faria uma digressão motivada por uma de vossas perguntas sobre os princípios que a Igreja ensina no terreno da moral sexual. Expusestes vossa preocupação ao ver que são difíceis e que os jovens poderiam, precisamente por esta razão, afastar-se da Igreja. E eu vos respondo: se pensardes nesta questão seriamente e irdes ao fundo do problema, vos asseguro que vos dareis conta de uma única coisa: neste terreno, a Igreja propõe apenas as exigências que estão estreitamente ligadas ao amor matrimonial e conjugal verdadeiro, quer dizer, responsável. Exige o que requer a dignidade da pessoa e a ordem social fundamental. Eu não nego que haja exigências. Mas é justamente aí que está o ponto chave do problema: o homem se realiza somente na medida em que sabe impor a si mesmo essas exigências. Caso contrário, afasta-se "entristecido", como acabamos de ler no Evangelho. A permissividade moral não torna os homens felizes. A sociedade de consumo não torna os homens felizes. Não o fizeram jamais.

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